Capítulo 8- continuação
Estava deliciada com o meu David. Apesar de
me parecer bastante esgotado tinha tido energia para aguentar o resto da noite
junto de mim. Regressamos de novo à cozinha, depois de um longo banho, e
reaquecemos o jantar que eu tinha preparado.
Lembrei-me da sua promessa e não resisti a
perguntar-lhe.
-Fica descansada. Já marquei uma consulta
para breve- respondeu-me de imediato, como se esperasse que a qualquer momento
lhe fizesse a pergunta.
-Ainda bem querido.
Lembrei-me da notícia que tinha para lhe
dar, que guardara prepositadamente para o fim.
-David, tenho... Tenho algo para te dizer.
David levantou os olhos do prato que
ensaboara e fixou-me.
-Falei com o Jarod hoje. Como sabes saí de
Portland sem de facto resolver o que quer que fosse. Preciso de lá voltar.
Decidir o que vou fazer com a casa, com o carro.
-Querida, podemos resolver isso daqui. A
casa pode ser vendida, bem como o carro.
-Eu gosto daquele carro.
-Nesse caso posso pedir que o vão buscar.
Seria possível que David estivesse a evitar
que eu viajasse até Portland?
-Querido, eu tenho de fazer contas com
Jarod. Embora contrariada, ele insistiu. E gostava de me despedir dos meus
amigos, da cidade.
-Muito bem. Então no fim-de-semana viajamos
até Portland.
-Viajamos?
-Sim, claro. Eu vou contigo- esclareceu.
-David não sei qual é o teu receio.- Tinha
de haver uma explicação plausível. Ele nunca fizera questão de me acompanhar
onde quer que fosse.
-Como?
-Parece-me que tens medo de que eu volte
lá- coloquei as cartas sobre a mesa.
-Claro que não, Elizabeth. Gostaria apenas
de te acompanhar, é claro.
-Está bem. Mas eu tenho de lá ir durante a
semana, e tu tens o teu trabalho.
-De facto, não me dava muito jeito. Mas
posso tentar arranjar um tempinho. Isto se quiseres que vá contigo.
-Claro.
-Muito bem. Vou tratar disso então.
Terminamos de lavar a nossa loiça e
corremos, literalmente, para a cama. David adormeceu mal se deitou. Eu não
tinha grande sono por isso decidi voltar a um velho hábito: a leitura.
Nunca tinha lido nada do género. Vampiros.
Algo em que eu nunca acreditara, algo que nunca me atraíra minimamente. Pura
fantasia. Depois de ter conhecido Ethan, embora pudesse ter sido tudo fruto da
minha imaginação, talvez devesse ter uma
mente mais aberta.Dei por mim
completamente envolvida.
Sem comentários:
Enviar um comentário